O roteiro tinha tudo para começar com brilho: Lionel Messi, em casa, no Hard Rock Stadium, vestindo a 10 do Inter Miami e comandando a estreia do time no Mundial de Clubes. E ele comandou. Fez o que sabe. Distribuiu es, criou, chutou, fez a torcida gritar gol por engano. Só não balançou a rede de verdade — e isso bastou para o 0 a 0 com o Al Ahly frustrar a noite de sábado (14).

O primeiro tempo expôs as fragilidades do time americano. O Al Ahly pressionou, adiantou a marcação, ocupou o campo ofensivo com naturalidade. Messi ficou apagado até os minutos finais, enquanto o Inter se limitava a se proteger. Quando os egípcios desperdiçaram um pênalti aos 42, o jogo virou de lado.

Messi então começou a fazer barulho. Recebeu na entrada da área, cortou para a esquerda e bateu colocado. A bola iria no canto, mas a defesa desviou. No escanteio, tentou um gol olímpico, daqueles que só ele se arrisca a fazer. El-Shenawy salvou. Novo escanteio, novo susto.

Na volta do intervalo, Messi voltou mais participativo. Conduziu como quis pela meia-lua, deixou marcador no chão, achou Suárez na ponta. O uruguaio cruzou, a zaga afastou. Aos 11, o argentino tentou de fora da área, mas El-Shenawy pegou em dois tempos. Não era noite de precisão. E nem de sorte: minutos depois, deixou Marcelo Weigandt na cara do gol, e o lateral mandou para fora.

O lance que mais mexeu com o público, porém, foi o “quase gol”. Messi bateu cruzado, a bola tocou a lateral da rede. Do ângulo certo, parecia gol legítimo — e parte da torcida comemorou como se fosse. Nos instantes finais, Messi ainda trabalhou um escanteio curto que quase terminou com um golaço do argentino no ângulo, mas El Shenawy, em noite inspirada, defendeu.

No fim, o Inter Miami sai com um ponto. O Al Ahly também. Os dois agora aguardam o confronto entre Palmeiras e Porto para saber o que o grupo ainda reserva. Messi saiu ovacionado, como sempre, mas sem o gol que costuma selar suas atuações. Faltou pouco. Como tem sido a tônica de sua nova equipe.